terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Você é homem ou não é?

A história abaixo é só para lembrar que o corredor também tem próstata e a prevenção fazendo o Exame da Próstata, fara com que possa ainda por muitos e muitos anos continuar usufruindo desse maravilhoso esporte que é a corrida.


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...... só para descontrair!
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Pelos trinta e oito, trinta e nove anos, é mais ou menos o tempo para o tão temido para alguns, em tão sonhado para outros de começar a se preocupar com o tal exame preventivo masculino, o Exame da Próstata.
Mas existem aqueles que quando chegam nessa idade procuram alternativas para justificar a prorrogação deste prazo e confesso me incluo nesse grupo.
Isso foi o que aconteceu comigo visto que nesse período ouvi do urologista a recomendação de que como não havia histórico familiar, poderia aguardar até completar os 45 anos, mas ressalto que a recomendação tenha sido feita, baseada também em exames complementares.
Por conta disso ganhei mais alguns anos o que me fez esquecer por algum tempo.
Pois é, o tempo não pára, mas bem que para isso poderia.
Não sei se é bom ou ruim, mas sou um pouco Caxias comigo mesmo para que as coisas aconteçam dentro do que tem que acontecer, ou o mais próximo possível do que se é estabelecido, e para essa situação não seria diferente.
Faço aniversário logo no início do ano e como tinha de passar por isso, que fosse logo e sem muito tempo para pensar a ponto de desistir.
Entre os homens sempre existem brincadeiras sobre o assunto onde uns levam na gozação e outros não querem nem ouvir falar.
Faço parte dos que levam na brincadeira, mas nem por isso deixo de ficar preocupado ou tenso, pois minha hora estava chegando.
Passei as festas natalinas e o réveillon meio invocado, pois havia marcado logo para o inicio de ano seguinte a bendita consulta com o urologista.
Já quando da marcação, liguei para a atendente, procurando ser rápido e objetivo e sem muita conversa, a fim de evitar comentários e até a desistência.
Marcada a data, restou-me apenas aguardar o famigerado dia para que a angústia acabasse logo de uma vez.
Torcia para que a medicina neste período descobrisse uma forma mais simples e menos traumática de se fazer o exame de toque onde esperei até a última hora, mas nada, absolutamente nada, havia sido descoberto.
Não havia outro jeito a não ser me conformar.
Tenho muitos projetos e não gostaria que uma doença atrapalhasse meus planos e prevenir é bem melhor do que remediar.
Faltavam dois dias para o meu aniversário, mas a consulta já estava marcada e era a data disponível para que o médico pudesse me atender.
Sei que por isso só, já serve de motivo para gozações como:
- O cara tava tão ansioso que não esperou nem completar os quarenta e cinco anos e já foi logo.
- Se fosse eu, iria aos quarenta e cinco, quase para completar quarenta e cinco e mais um dia.
Para esses eu digo:
- quarenta e cinco e quase para completar um dia, fica perto da meia noite e acho que não ficaria bem, fazer um exame desses a essa hora.
Bem, cada um sabe o que é melhor, não é?
Voltando a consulta.
Por motivos que não são alheios a minha vontade, vou pular a parte da explicação de como é feito o exame.
Dois de janeiro de 2006.
O atendimento era por ordem de chegada e adivinha quem foi o primeiro a chegar ao consultório?
Lá se vai mais um motivo para gozações.
Queria que tudo isso acabasse logo.
Nesse momento me vieram ao pensamento as lembranças das brincadeiras dos colegas, das histórias que comumente eram contadas nas rodas dos homens, diga-se de passagem, esse foi um péssimo trocadilho “rodas dos homens”.
O médico ainda não havia chegado porem a sala estava ficando cada vez mais cheia.
Sei que uma boa parte dos que estavam ali, iriam fazer o exame, e pela faixa etária face algum descuido, não deveria ser a primeira vez e quem sabe já estariam até acostumados se é que alguém pode se acostuma com uma situação dessas.
E esse médico que não chega!
Não tinha nem idéia de como seria a cara do médico quando mais o tamanho das mãos, dedos ou coisa parecida.
Sobre isso, as dimensões do polegar, indicador, anular, médio ou mindinho sempre foram motivos de comentários e ai voltando à conversa da roda dos homens.
E esse médico que não chega!
Perguntei a atendente se havia ocorrido algum problema que justificasse o atraso.
Disse ela:
- O Doutor já está chegando, ele ligou e já está próximo.
Pensei:
- bem que ela poderia dizer que ele não viria mais.
Finalmente o diabo chegou, digo o médico, mas foi tão rápido ao entrar na sala e dirigir-se ao seu consultório, que não deu para ver direito como era.
Agora não tem mais jeito.
A esperança é a ultima que morre e quem sabe se o atraso era por conta de alguma informação de que a medicina exatamente naquela manhã, havia descoberto um exame novo que não fosse mais necessário fazer o exame do toque.
Suava frio.
Parecia que todas aquelas pessoas sabiam o que eu iria fazer, ao ponto de todas terem sido chamadas para testemunhar o trágico momento.
De repente:
- pode entrar senhor.
- pode entrar senhor.
Foi necessário me chamar por duas vezes para ter a certeza que era realmente comigo.
Bem que ela poderia está chamando o senhor, mas o dos anéis.
Dos anéis, ou trocadilho infeliz.
Distintamente o médico me cumprimentou e disse:
- Tudo bem?
- o que o senhor esta sentido?
Neste momento me veio à lembrança de uma dessas estórias contadas pelos colegas que um deles brincava de que quando o médico perguntou o que ele estava sentindo após o exame, ele respondia:
- estou sentindo que tô apaixonado por você.
Voltando a conversa com médico.
- bem doutor...
Contei a ele sobre o meu histórico e quando me perguntou sobre a minha idade.
- vou fazer quarenta e cinco anos depois de amanhã.
Disse ele:
- já está na hora de fazer o exame da Próstata.
Enquanto conversava comigo, estava pensando que não haveria mais jeito e instintivamente foi observando as dimensões das suas mãos e mais precisamente nos dedos.
Veio-me a lembrança de nunca ter ouvido falar ou até ter visto um médico nessa especialidade que fosse anão.
Mas bem que poderia, pensava.
Observei quando escrevia, que era destro e me senti um pouco aliviado, pois na sua mão esquerda estava um anel parecido com um daqueles de formatura.
Porem meu alivio logo foi embora, pois pensava:
Se o anel for de formatura, será que ele e recém formado?
E se for novato.
Deixa pra lá, dizem que o exame é rápido.
Tudo me deixava apavorado.
Sem prolongar muito o assunto, pois até ao contar fico agoniado; ele me explicou como seria feito e me pediu para ir atrás do biombo e ficasse nu da cintura pra baixo.
Envergonhado fui, envergonhado fiquei.
Já deitado a maca, reforçou de como seria o procedimento o que aos meus ouvidos, parecia um teste à minha reação para vê se eu ficaria chateado ou se abriria um sorriso.
É claro que fiquei chateado.
Pediu-me que encolhesse os joelhos ficando numa posição parecida como a de uma parturiente.
Essa foi uma infeliz comparação.
Já com as luvas calçadas, o médico me contou um detalhe que até então nenhum dos colegas e agora inimigos havia comentado.
Disse ele:
- vou passar um pouco de gel nas luvas...
Neste momento pensei quase que em voz alta:
- Puta que Pariu, nas luvas!
- pensei que fosse só no dedo.
Meu pensamento havia sido mais rápido do que a conclusão da frase do médico.
- digo no dedo e vou passar um pouco do gel na região para facilitar o exame.
Na região?
Que região? Pensava eu.
A única região que tem nessa região é a popular chamada rosquinha.
Continuava pensando:
Doutor acaba logo com essa agonia.
O medo, a tensão, estava todo travado, ou melhor, tudo travado e já imaginava:
Esse cara vai ter gastar uma lata inteira de gel.
Levei tanto tempo me agoniando com a situação que não me dei conta que já estava acabado a porra do exame.
- Ponto.
- Já acabou.
- Pode se levantar.
Disse o médico com um maço de papel e antes que dissesse qualquer coisa, imediatamente peguei das suas mãos e disse:
- Pode deixar que eu mesmo limpo.
Acho que isso era óbvio para ele, mas naquela situação, sei lá o que ele iria dizer.
Ao final ele me falou:
- sua próstata está dentro dos padrões normais, e sem alterações.
Por alguns instantes me fez esquecer toda a minha angústia do exame e todos os momentos de aflição e refletir de que o que ouvira, foi muito mais importante de tudo que rolava nas conversas ouvidas nas “rodas dos homens”.
Aquelas palavras me deram tranqüilidade e a certeza de que pelo ao menos por mais um ano, teria tempo para realizar todos os meus sonhos e projetos, e que não seria por uma doença na minha próstata, que eles não deixariam de acontecer.
Ao sair da sala todos estavam a me olhar, mas não fiquei constrangido, pois tinha a certeza de que o que fizera, tinha sido uma atitude de que só um homem é capaz de fazer.
A todos vocês que ainda não fizeram o exame, lembre-se que pior que seja a situação ela sempre terá um pouco de humor, pois rir ainda é o melhor remédio, mas esse remédio não cura uma próstata doente.
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Autor: Samuel Moreira

5 comentários:

Anônimo disse...

Samuel, não sei se dou risadas (e dei algumas) durante seu relato ou se choro...... minha vez tá chegando....ó pai ó

Fernando Andrade. disse...

Fantástico relato, amigo Samuel.
Claro que não consegui evitar umas gargalhadas, pois passei por situação semelhante há uns meses atrás.
Manter o bom humor ajuda muito.
Gostei! (Do relato, note-se,eheheh).

Anônimo disse...

Samuel,

Achei muito interessnte seu relato, dei muitas gargalhadas com todas as pessoas que estavam comigo lendo, mas no momento quero lembrar-te de que dia 2 de janeiro faz aniversário que você perdeu as preguinhas....hahahahahaha.

Paulete.

Anônimo disse...

Samuel,

Nós mulheres estamos anos luz a frente de vocês homens, pois já é rotina para nós o "Papa nicolau", esperamos que logo-logo vocês se acostumem e deixem de sofrer por isso.

A casa das sete mulheres.

Anônimo disse...

Uuuuuiiiiiii!! Samuel!! como sofri com vc... só tenho 25 anos e ando sonhando com a minha primeira vez, pois o meu urologista tem 1,80m (moreno alto, bonito e sensual), ele é mara!!!!!!!!!

Bombom do Rio Vermelho.